Terça-feira, 20.03.12

Para quem não teve oportunidade de ver este comentário no noticiário das 13h00.

 

 José Gomes Ferreira: Henrique Gomes "perdeu o braço de ferro com uma grande empresa" 

 


publicado por Po(d/b)re da Sociedade às 09:08 | link do post | comentar | partilhar | favorito

Terça-feira, 28.02.12

Nicolau Santos, na sua habitual coluna do semanário "Expresso", desnudava a alma, com estes termos: "Sr primeiro-ministro, depois das medidas que anunciou sinto uma força a crescer-me nos dedos e uma raiva a nascer-me nos dentes". Também eu, senhor Primeiro-Ministro. Só me apetece rugir!...

O que o Senhor fez, foi um Roubo! Um Roubo descarado à classe média, no alto da sua impunidade política! Por isso, um duplo roubo: pelo crime em si e pela indecorosa impunidade de que se revestiu. E, ainda pior: Vossa Excelência matou o País!

Invoca Sua Sumidade, que as medidas são suas, mas o déficite é do Sócrates! Só os tolos caem na esparrela desse argumento. O déficite já vem do tempo de Cavaco Silva, quando, como bom aluno que foi, nos anos 80, a mando dos donos da Europa, decidiu, a troco de 700 milhões de contos anuais, acabar com as Pescas, a Agricultura e a Industria. Farisaicamente, Bruxelas pagava então, aos pescadores para não pescarem,  e aos agricultores para não cultivarem. O resultado, foi uma total dependência alimentar, uma decadência industrial e investimentos faraónicos no cimento e no alcatrão. Bens não transaccionáveis, que significaram o êxodo rural para o litoral, corrupção larvar e uma classe de novos muitíssimo-ricos. Toda esta tragédia, que mergulhou um País numa espiral deficitária, acabou, fragorosamente, com Sócrates. O déficite é de toda esta gente, que hoje vive gozando as delícias das suas malfeitorias. E você é o herdeiro e o filho predilecto de todos estes que você, agora, hipocritamente, quer pôr no banco dos réus?

Mas o Senhor também é responsável por esta crise. Tem as suas asas crivadas pelo chumbo da sua própria espingarda. Porque deitou abaixo o PEC4, de má memória, dando asas aos abutres financeiros para inflacionarem a dívida para valores insuportáveis e porque invocou como motivo para tal chumbo, o carácter excessivo dessas medidas. Prometeu, entretanto, não subir os impostos. Depois, já no poder, anunciou como excepcional, o corte no subsídio de Natal. Agora, isto! Ou seja, de mentira em mentira, até a este colossal embuste, que é o Orçamento Geral do Estado.

Diz Vossa Eminência que não tinha outra saída. Ou seja, todas as soluções passam pelo ataque ao Trabalho e pela defesa do Capital Financeiro. Outro embuste. Já se sabia no que resultaram estas mesmas medidas na Grécia: no desemprego, na recessão e num déficite ainda maior. Pois o senhor, incauto e ignorante, não se importou de importar tão assassina cartilha. Sem Economia, não há Finanças, deveria saber o Senhor. Com ainda menos Economia (a recessão atingirá valores perto do 5% em 2012), com muito mais falências e com o desemprego a atingir o colossal valor de 20%, onde vai Sua Sabedoria buscar receitas para corrigir o déficite? Com a banca descapitalizada (para onde foram os biliões do BPN?), como traçará linhas de crédito para as pequenas e médias empresas, responsáveis por 90% do desemprego?

O Senhor burlou-nos e espoliou-nos. Teve a admirável coragem de sacar aos indefesos dos trabalhadores, com a esfarrapada desculpa de não ter outra hipótese. E há tantas! Dou-lhe um exemplo: o Metro do Porto. Tem um prejuízo de 3.500 milhões de euros, é todo à superfície e tem uma oferta 400 vezes!!! superior à procura. Tudo alinhavado à medida de uns tantos autarcas, embandeirados por Valentim Loureiro. Outro exemplo: as parcerias publico-privadas, grande sugadouro das finanças públicas. Outro exemplo: Dizem os estudos que, se V.Exa cortasse na mesma percentagem, os rendimentos das 10 maiores fortunas de Portugal, ficaríamos aliviadinhos de todo, desta canga deficitária. Até porque foram elas, as grandes beneficiárias desta orgia grega que nos tramou. Estaria horas, a desfiar exemplos e Você não gastou um minuto em pensar em deslocar-se a Bruxelas, para dilatar no tempo, as gravosas medidas que anunciou, para Salvar Portugal!

Diz Boaventura de Sousa Santos que o Senhor Primeiro-Ministro é um homem sem experiência, sem ideias e sem substrato académico para tais andanças. Concordo! Como não sabe, pretende ser um bom aluno dos mandantes da Europa, esperando deles, compreensão e consideração. Genuina ingenuidade! Com tudo isto, passou de bom aluno, para lacaio da senhora Merkel e do senhor Sarkhozy, quando precisávamos, não de um bom aluno, mas de um Mestre, de um Líder, com uma Ideia e um Projecto para Portugal. O Senhor, ao desistir da Economia, desistiu de Portugal! Foi o coveiro da nossa independência. Hoje, é, apenas, o Gauleiter de Berlim.

Demita-se, senhor primeiro-ministro, antes que seja o Povo a demiti-lo.



publicado por Po(d/b)re da Sociedade às 15:51 | link do post | comentar | ver comentários (1) | partilhar | favorito

Quinta-feira, 24.11.11

 

Hoje é dia de Greve Geral, não vou aderir pois penso não ser a melhor maneira de mostrar a indignação de cada trabalhador mas... "posto" esta imagem que é reflete o meu ponto de vista (um mero trabalhador por conta de outrem) em relação à economia (e penso seja a de todos) e delapidação da classe operária. Passaremos a ter duas classes sociais em Portugal: a baixa e a alta, já que o pobre está cada vez mais pobre através dos cortes e mais cortes e o rico cada vez mais rico, este que deveria auxiliar mais o estado social.

Alguns destes cortes são nos apoios sociais, cujos penso se houvesse uma maior fiscalização não seria necessário retirá-los. Julgo que alguns estão a ser mal aplicados como o é o caso do rendimento de inserção e do subsídio de desemprego que possibilita a quem os recebe possam fazer alguns "biscates" (por vezes de 8 horas diárias e durante todo o mês). Os seus beneficiários deveriam contribuir para os merecerem, prestando serviço público e/ou voluntariado em diversas instituições e organismos de caráter principalmente público, não excluindo as instutições de solidariedade social de caráter particular que prestam acima de tudo apoio social aos grupos mais carenciados.

Quanto aos 13º mês esse é sem dúvida o maior roubo de que me dou conta, mas num outro momento deixo o meu raciocínio.

 

 



publicado por Po(d/b)re da Sociedade às 08:37 | link do post | comentar | partilhar | favorito

Sábado, 12.11.11

 

Editorial  Jornal Negócios 18-10-2011

Colecção Outono-Inferno

Estamos muito pior do que supúnhamos. Do que nos diziam. Hoje. Ontem. Há um ano. Amanhã? Amanhã... Que gente sem passado nos tirou o futuro? Que miséria é esta, de que só se sai entrando nela? Que justiça social é possível, se há tantos condenados mas faltam culpados? Sede bem-vindos ao novo OE. 2012 será talvez o ano mais longo das nossas vidas.  
Este OE não é bom nem é mau. Não é sequer o Orçamento possível. É um orçamento desesperado contra a tragédia. É uma bala única para acertar num alvo. É um Houdini algemado dentro de uma camisa-de-forças fechado num aquário de água salgada. É saltar à vara com um junco, agarrar mercúrio com os dedos, é invocar os deuses para quem os tem, os mártires para quem se dedica e os heróis em quantos se encontram. Vítor Gaspar é um Salieri com missão de Mozart. Este é um OE de alto risco. Para a economia. Para os portugueses. Para o Estado. Para si próprio. Os cortes brutais na função pública e as reduções abruptas nos salários líquidos da iniciativa privada são uma queda dramática do rendimento disponível dos portugueses. De um dia para o outro. Como um avião que cai num poço de ar, os trabalhadores por conta de quem quer se seja, incluindo de si mesmos, perdem rendimento.  
Silva Lopes, primeiro, e Vítor Bento, depois, foram apedrejados na praça mediática quando disseram que os salários cairiam, assim se quisesse ou não. Assim é. No Estado, cai o salário bruto. No privado, cai o salário à bruta. A redução das deduções fiscais assim o ditará, com tabelas de retenção agravadas. Com o tempo virá a imitação: as empresas negociarão com os trabalhadores redução de salários e de horários.  
Nada disto é, no entanto, política económica. É apenas um reflexo, uma reacção, um instinto de quem põe as mãos à frente dos queixos antes de cair. Não há estratégia, há aflição. Não ficámos assim num ápice mal-humorado do destino. O PSD foi infantil e apressado quando chumbou o PEC IV, o que nos fadou à intervenção externa e à razia dos "ratings". O PSD foi infantil e apressado quando prometeu cortes que falhou em fazer e deu murros nas mesas debaixo das quais agora se esconde. Os Rambos da direita ficaram com voz fininha. Mas este descalabro, tendo raízes antigas e ramos externos, entroncou-se com Sócrates. Com o PS. Sem infância nem pressa: a delapidação foi teimosa e persistente. Sobretudo depois de 2008.  
Um exemplo indesmentível: as parcerias público-privadas. Se procuram crimes sem guerra, eles estão aí. Basta abrir este Orçamento e ler o que para lá vai sobre PPP. O que era negócio seguro é uma sangria para décadas. Sobretudo nas estradas: a conta para o Estado sobe mais quatro mil milhões. O prazo para o equilíbrio financeiro é adiado mais dez anos. Para 2039. Todas estas infra-estruturas estão a rebentar nas contas do Estado. A EP é uma gangrena. As PPP das estradas estão falidas e o prejuízo será público. Por cada obra que se pára - na ferrovia, nas estradas, nos aeroportos, nos hospitais - há uma factura para o Estado pagar. Não foi por falta de aviso. De milhares de avisos. Não há responsáveis?  
Há uma órbita de falências à volta do Estado. Como as PPP. Mas também como as empresas públicas. Lê-se a entrevista de Vítor Gaspar nesta edição e não se acredita: o ministro das Finanças não sabe ainda quais são todas as necessidades de financiamento das empresas do Estado. Tem "estimativas". PPP, sector empresarial do Estado, ocultação de despesa na Madeira são exemplos recentes e escabrosos de uma realidade aflitiva: o Estado está sem controlo. Por isso, o maior risco de toda a execução deste Orçamento não é sequer que as receitas fiscais derrapem com crescimento económico a menos e evasão fiscal a mais. É que o Estado continue em roda livre. É que se se descubram mais esqueletos nas esquinas dos armários. É que seja sempre preciso mais austeridade para pagar mais buracos. O passado não ficou lá atrás, perdura sob a forma de dívida para a frente. A ocultação. A suborçamentação. A desorçamentação. A "economia paralela" do Estado. A "hora da verdade" de que o ministro das Finanças falava é esta. Não gostamos do que vemos mas eis-nos finalmente nus. Este Orçamento não tinha alternativa hoje porque não fizemos nada ontem e será agravado se assim for amanhã. Hoje, não estamos mais a trabalhar para impressionar as agências de "rating", convencer os mercados ou persuadir a troika. Estamos no limiar da subsistência financeira, dependente dos financiamentos da intervenção externa que mesmo assim não chegarão para o período até final de 2013.  
O melhor que nos podia acontecer era darem-nos mais tempo. Mais um ano para distender esta pressão recessiva brutal que enfrentamos no próximo ano. Mas esperar que a troika seja caridosa é a forma errada de conquistar.  
O nosso défice terá de ser em 2012 quase do mesmo valor que foi nos primeiros seis meses de 2011. É dose cavalar. Pode matar a economia. E por isso o Governo tem de fazer mais. Cortar sem ser apenas nos salários da função pública e dos pensionistas, pois isso é um corte extraordinário, não é uma mudança estrutural. Tem de reduzir institutos. Tem de se deixar de privilégios a uns, protecção a outros, cedências a lóbis. Por que razão não se fez o despedimento nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo prometido para Setembro se depois se amputa toda a função pública em Outubro? Por que razão se ressalvam indivíduos para depois disparar sobre a multidão?  
Passámos dos orçamentos contorcionistas para os orçamentos contraccionistas. O Estado está sem estratégia. A banca está com a cabeça a rodar. A política económica terá de ser feita pelas empresas. A produtividade, a inovação, a exportação, a internacionalização são as únicas vias respiratórias activas. Por isso, desengane-se se pensa que é cada um por si. É todos juntos: ou até à tragédia ou até à salvação. Apostemos na salvação. Nada disto é justo. Mas é o que sobra. A esperança e a dedicação. A solidariedade e a cooperação. O génio e o trabalho, quem o tem. Boa sorte. Vamos precisar dela. O pior é até à Primavera. Ainda estamos no Outono. E entre as duas está o inferno. 

Pedro Santos Guerreiro Director

 



publicado por Po(d/b)re da Sociedade às 08:00 | link do post | comentar | partilhar | favorito

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